Engraçado como certas situações criam climas diversos, até mesmo enganosos.
Essa semana encontrei uma amiga, e, conversa vai conversa vem, ela relatou um caso que achei interessante postar.
Uma pessoa conhecida ficou indignada quando uma outra virou-lhe as costas após ter dirigido a palavra.
Ela não se conformou com isso, logo dizendo: Nossa, como tem gente mal-educada nesse mundo!
No dia não percebi. Só um clima meio estranho.
A que ficou indignada, começou a falar com a pessoa que estava sentada à sua frente de como as pessoas são
preconceituosas!
Falava e não se conformava. Ficou bem chateada...óbvio né?
Mas, conheço as duas.
A personagem A, que ficou indignada com o preconceito, é negra.
A personagem B, que virou as costas, não demonstrou nada que pudesse me chamar a atenção. Mesmo por que no dia nem percebi.
Como as duas já haviam se conhecido em uma reunião informal, nada como bater um papo descontraído. Normal.
Não, nem tão normal assim!
Eu tiro por mim. Conheço muitas pessoas há tempos! Mas algumas, somente agora, depois de 2 anos mais ou menos, é que tenho uma amizade a ponto de rir junto, comentar algo, beber junto o mesmo vinho, sentar na mesma mesa, chamar para ir em casa, para sair, para acampar, fofocar, combinar programas, olhar nos olhos sem nada dizer e saber oque está pensando.
Ou seja, não se conquista alguém em um ou dois encontros.(exceto certos namoros que já dão tudo oque tem).
O tempo vai mostrando quem você é.
O tempo vai mostrando quem ele ou ela é.
Afinidades existem. E isso aproxima as pessoas. Ou distancia.
Nem mesmo o carro mais caro, a roupa mais bonita, o perfume mais cheiroso conquista amigos se a personalidade da pessoa não entra em sintonia com a sua.
A personagem A disse que sofreu preconceito.
Conhecendo-a, digo que não foi esse o ponto!
Ela faz tudo certinho, faz de tudo para agradar as pessoas, faz de tudo para ajudar as pessoas e diz que só leva patada...e fala sempre o quanto é boa para todos. Aliás, fala muito, a ponto de prender você, não deixando espaço para outras pessoas se aproximarem. Monopoliza.
Para mim, ela mesma tem preconceito. Ela não gosta de ser negra. Ela se acha um peixe fora d'agua, nesse país de branquelos. Pessoas que fazem de tudo para agradar as pessoas que mal conhecem, normalmente estão buscando se mostrar, querem mostrar que são boas, sabem fazer isso ou aquilo, são super prestativas. Até demais!
E querem que os outros a vejam, querem que a elogiem, querem destaque, como filhos pedindo atenção dos pais. Carência. Ela ainda não
se ama.
E com isso, cada gesto, cada situação que acontece desagradável, já coloca como sendo preconceito. Nesse caso, pelas próprias palavras de A, ela vive sofrendo preconceito, em todo lugar que vai.
**Um guerreiro da luz percebe que certos momentos se repetem.
Com frequência se vê diante dos mesmos problemas e situações que já havia enfrentado.
Então fica deprimido. Começa a pensar que é incapaz de progredir na vida, já que os momentos difíceis estão de volta.
¨Já passei por isso¨, ele reclama com seu coração.
¨Realmente, você já passou¨, responde o coração. ¨Mas nunca ultrapassou¨.
O guerreiro então compreende que as experiências repetidas tem uma única finalidade: ensinar-lhe o que ainda não aprendeu.
Ele passa a procurar uma solução diferente para cada luta repetida - até que encontre a maneira de vencê-la. ** (Manual do Guerreiro da Luz- Paulo Coelho)
O trecho desse livro que li há anos atrás marcou muito. Se pararmos para pensar, realmente, quando conseguimos lidar com o problema, deixa de ser um problema. E aí passamos de fase. É como na escola, se não estudarmos para tal matéria, acabamos repetindo de ano por nota baixa.
Nesse caso, acho que ela tem que aprender a lidar com isso. Não é com palavras grosseiras que fará a B pedir desculpas,(se caso esse foi o fato),e sim com ações deverá mostrar que está enganada.
Por isso, o Pré-Conceito que a A faz de cada ação das pessoas à sua volta é que gerará o conceito.
Mesmo não conhecendo profundamente A, o pouco que tive contato me pareceu tudo isso...
E foi esse meu ponto de vista que passei para minha amiga. Ela acabou concordando, pois conhece A há mais tempo que eu.
Aconselhei-a que desse um tempo, deixar que acalmasse um pouco essa emoção negativa, que um dia isso tudo se esclarecerá. Experiência própria!
Todos nós temos conceitos pré-fabricados. Programinhas instalados em nossa mente desde a infância. Inclusive sobre nós mesmos! E é onde começam os preconceitos.
Isso pode ser reprogramado, afinal, somos feitos para ser feliz!
*esse post está na minha coluna do
Portal Nippon*