Há muito tempo não se lembrava daqueles tempos.
Tanta coisa aconteceu desde então, que agora não passam de lembranças do passado.
Mas ao chegar aquele convite, Marina viu que muita coisa não tinha mais certeza de ter acontecido. Quem sabe, com o tempo, ficou somente a boa sensação, mas a história real se perdeu em algum lugar. Lapsos de memória.Será a idade? Bom, já não tem mais o mesmo entusiasmo que um dia a levara a ir até São Paulo para aventurar numa festa, mesmo não tendo onde ficar, e curtir com a turma toda até o sol nascer. O entusiasmo que a fez largar o emprego fixo por um sonho na cidade grande.
Enfim, o tempo passou.
E esse convite agora? Como a encontraram?1984. Nossa, o diploma, onde foi parar?No fim, não valeu para nada. Quem era mesmo os formandos? Bom, Adriana, Suzana, Magali, Sidney (ah, ele casou com a Magali!), Eduardo... e quem mais mesmo? Lembrando deles com os mesmos rostos daquela época! Ah, mas será que conseguira reconhecer todos?
No convite apenas a data e local, e os dizeres sobre Encontro dos Formandos do ano de 1984.
Marina deixou o convite e foi para o seu quarto. O dia não foi nada produtivo e encontrava-se um tanto cansada de lutar contra a maré. Tomou seu banho e foi para a cozinha preparar algo para comer enquanto pensava qual teria sido o destino de cada um. Logo depois de formada ainda encontrou uma ou outra amiga. Ouviu histórias de colegas que casaram, formaram, destacaram, e até dos que não tiveram tanta sorte.
Os caminhos se diferenciaram, mas aquele período foi tão marcante, uma fase de EU SOU e EU POSSO.
A rotina toma conta das pessoas.
Enquanto a vida lá fora passa como nos filmes, Mariana vive um dia atrás do outro.
Já passava das oito da noite quando seu marido regressou do serviço. Ainda tinha muito oque fazer para o dia seguinte, e logo após jantarem, ele se dirigiu ao escritório para terminar sua agenda.
Não podia reclamar de sua vida, pois tem tudo oque deseja. Sua própria casa, onde considera o lar no sentido da palavra, pois ali é o seu mundo. Marido carinhoso, mesmo estando sempre atarefado. Sua profissão, que ia de vento em popa. Roupas boas, amigos, vida social, carro novo, economicamente estável.
Mas então, por que diabos esse convite agora?
Dali a 15 dias reencontraria com o seu passado.
Preparou-se para a viagem. Há anos que se distanciara da sua terra natal para desbravar a cidade grande que tanto sonhara. E que hoje vive nela.
Enfim o grande dia. Hospedou-se no hotel da cidade, e enquanto terminava de se aprontar, sentiu um frio na barriga. Como todos a veriam? Como estavam todos? E como ele está agora?
Ao entrar no salão do encontro, uma bela festa a esperava.
Na recepção, um desconhecido. Seria alguém da turma? Não, muito novo.
Após ser indicada para a mesa reservada, caminhava observando a linda decoração, mais digna de um casamento do que um encontro de formandos.
Chegando à sua mesa, reconheceu suas amigas de ¨matar aulas¨! Abraços e beijos que mataram esses longos anos de distanciamento. E para sua surpresa, na mesma mesa estava ele, Eduardo! Foi estranho cumprimentá-lo, pois percebeu que era um desconhecido! Sim, um estranho. Sorriu por dentro, aliviada, e reconheceu que tudo não passava da sua fantasia, fantasia de adolescente, que ao admirá-lo na época, o fez um rei que não existia. Coroou-o de méritos que talvez nem merecesse. Mas, naquele tempo, ele era a pessoa perfeita, sem deslizes, sem defeitos. Aliás, pensando bem, nem era tão bonito assim.
Voltou para casa animada, pois rever todos foi muito gratificante.
Seu marido já havia deitado e estava dormindo, o encontro durou mais tempo que imaginava e nem se lembrou das horas passando.
Abraçou-o na cama e deitou-se.
Tudo está certo como tem que estar!
Nada acontece por acaso, e seu marido é o melhor parceiro do mundo!
Dormiu sem perceber, mas com a certeza de que está no caminho certo e que tudo está certo por ter feito a escolha certa no tempo certo! E com a certeza de que amanhã será um novo dia, sabendo que viver a vida depende do que você quer dela.
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Nossa Eli, que história linda!
ResponderExcluirTudo que vivemos no passado nos guia ao "hoje".
Sim, estamos e tudo está onde deveria estar mesmo.
Quantas e quantas vezes me pego imaginando rever pessoas que não vejo há 20 anos pela simples curiosidade de saber como estão... saber como são fisicamente e o que conquistaram.
Deve ser uma experiência e tanto!
Eli querida, quero aproveitar que estou aqui e deixar um forte abraço bem carinhoso de Natal!!
Fiquei meio pra baixo pela saudade da minha família, mas ontem mesmo preparei uma "mini" ceia aqui em casa e foi maravilhoso!
As palavras de vocês minhas amigas blogueiras me deram uma pitada de entusiasmo!! Obrigada viu!?
Que 2011 seja um ano de realizações! Muita saúde e paz!
Um beijo linda,
Flá :)
Ah, Eli...
ResponderExcluirÉ tão bom olhar o passado e seguir em frente, não é?!
Beijokas!
^^
Oi Eliiii!!!!!
ResponderExcluir2011 está chegando!!!!!
Felicidades!!!!!!
Beijão!!!
Uia! Novela....rsrs
ResponderExcluirOntem estava tentando lembrar da fisionomias da época da faculdade, e dos
que lembrei tentei imaginar se estariam muito diferentes e se os reconheceria se os encontrasse por aí. Eu mesmo mudei muito, só me reconheceria por ter visto todos os dias meu rosto no espelho! Pessoas passam por nossas vidas e podemos dizer com certeza que não foi apenas acaso, bem ou mal cada uma delas nos ensinam muito ou pelo menos contribuem como alicerces da construção do nosso hoje do nosso eu agora. (^O^)/
Oi, Eli. Como foi de final de ano? Estou de volta! Que ótimo texto, acho que esses pensamentos se passam na cabeça de todos nós quando somos convidadas a nos reencontrar com os nosso passado. Mas é tão bom ver que fizemos as ecolhas certas, não é? Eu ainda tenho contato com a maioria dos meus colegas de faculdade, mas tem apenas 6 anos que nos formamos e hoje em dia a tecnologia nos mantém conectados, mesmo assim, nestes poucos anos tanta coisa já aconteceu, tantos rumos mudaram...
ResponderExcluirBom, 2011 está aí, um ano novo maravilhoso para você! Beijos.