quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Crônica - Tudo está como tem que ser

Há muito tempo não se lembrava daqueles tempos.
Tanta coisa aconteceu desde então, que agora não passam de lembranças do passado.
Mas ao chegar aquele convite, Marina viu que muita coisa não tinha mais certeza de ter acontecido. Quem sabe, com o tempo, ficou somente a boa sensação, mas a história real se perdeu em algum lugar. Lapsos de memória.Será a idade? Bom, já não tem mais o mesmo entusiasmo que um dia a levara a ir até São Paulo para aventurar numa festa, mesmo não tendo onde ficar, e curtir com a turma toda até o sol nascer. O entusiasmo que a fez largar o emprego fixo por um sonho na cidade grande.
Enfim, o tempo passou.
E esse convite agora? Como a encontraram?1984. Nossa, o diploma, onde foi parar?No fim, não valeu para nada. Quem era mesmo os formandos? Bom, Adriana, Suzana, Magali, Sidney (ah, ele casou com a Magali!), Eduardo... e quem mais mesmo? Lembrando deles com os mesmos rostos daquela época! Ah, mas será que conseguira reconhecer todos?
No convite apenas a data e local, e os dizeres sobre Encontro dos Formandos do ano de 1984.

Marina deixou o convite e foi para o seu quarto. O dia não foi nada produtivo e encontrava-se um tanto cansada de lutar contra a maré. Tomou seu banho e foi para a cozinha preparar algo para comer enquanto pensava qual teria sido o destino de cada um. Logo depois de formada ainda encontrou uma ou outra amiga. Ouviu histórias de colegas que casaram, formaram, destacaram, e até dos que não tiveram tanta sorte.
Os caminhos se diferenciaram, mas aquele período foi tão marcante, uma fase de EU SOU e EU POSSO.
A rotina toma conta das pessoas.
Enquanto a vida lá fora passa como nos filmes, Mariana vive um dia atrás do outro.

Já passava das oito da noite quando seu marido regressou do serviço. Ainda tinha muito oque fazer para o dia seguinte, e logo após jantarem, ele se dirigiu ao escritório para terminar sua agenda.
Não podia reclamar de sua vida, pois tem tudo oque deseja. Sua própria casa, onde considera o lar no sentido da palavra, pois ali é o seu mundo. Marido carinhoso, mesmo estando sempre atarefado. Sua profissão, que ia de vento em popa. Roupas boas, amigos, vida social, carro novo, economicamente estável.
Mas então, por que diabos esse convite agora?
Dali a 15 dias reencontraria com o seu passado.

Preparou-se para a viagem. Há anos que se distanciara da sua terra natal para desbravar a cidade grande que tanto sonhara. E que hoje vive nela.

Enfim o grande dia. Hospedou-se no  hotel da cidade, e enquanto terminava de se aprontar, sentiu um frio na barriga. Como todos a veriam? Como estavam todos? E como ele está agora?

Ao entrar no salão do encontro, uma bela festa a esperava.
Na recepção, um desconhecido. Seria alguém da turma? Não, muito novo.

Após ser indicada para a mesa reservada, caminhava observando a linda decoração, mais digna de um casamento do que um encontro de formandos.
Chegando à sua mesa, reconheceu suas amigas de ¨matar aulas¨! Abraços e beijos que mataram esses longos anos de distanciamento. E para sua surpresa, na mesma mesa estava ele, Eduardo! Foi estranho cumprimentá-lo, pois percebeu que era um desconhecido! Sim,  um estranho. Sorriu por dentro, aliviada, e reconheceu que tudo não passava da sua fantasia, fantasia de adolescente, que ao admirá-lo na época, o fez um rei que não existia. Coroou-o de méritos que talvez nem merecesse. Mas, naquele tempo, ele era a pessoa perfeita, sem deslizes, sem defeitos. Aliás, pensando bem, nem era tão bonito assim.

Voltou para casa animada, pois rever todos foi muito gratificante.
Seu marido já havia deitado e estava dormindo, o encontro durou mais tempo que imaginava e nem se lembrou das horas passando.
Abraçou-o na cama e deitou-se.
Tudo está certo como tem que estar!
Nada acontece por acaso, e seu marido é o melhor parceiro do mundo!
Dormiu sem perceber, mas com a certeza de que está no caminho certo e que tudo está certo por ter feito a escolha certa no tempo certo! E com a certeza de que amanhã será um novo dia, sabendo que viver a vida depende do que você quer dela.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bullying 2

Continuando um pouco o assunto anterior sobre a campanha contra o Bullying, gostaria muito de frisar também o outro lado da moeda: o agressor.
De que adianta olharmos somente um dos lados, sendo que o outro lado também pode ser evitado?
A mesma coisa acontece com campanhas contra a fome, onde doa-se comida, mas não se dá condições para o cidadão ter um emprego decente que possa viver bem com seu salário.

O importante é saber oque acontece com seu filho, amigo, parceiro.
Algumas crianças são agressores, mas também vítimas, pois em muitos casos, fazem oque fazem por certa carencia afetiva. Pais ausentes, mãe sem tempo para conversar, atenção demasiada somente para um dos filhos, pai machista, mãe liberal, família desregrada etc, podem desencadear na criança um sentimento de querer provar aos pais que também existe, um modo de chamar a atenção mostrando que tem o poder.

Pois é, ter filhos é uma responsabilidade e tanto! Não é fácil.
Formar seu caráter não quer dizer somente falar e falar. Exemplos são oque mais pesam na formação. Demonstre o carinho, de atenção, converse, ouça oque ele tem para contar.

Mesmo se seu filho não sofre bullying, observe se ele não está praticando o bullying.
Essa é a melhor forma de evitar o mal pela raiz.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Campanha: Este Blog É Contra o Bullying!

Pessoal, estou fora do ar já há algumas semanas por falta de tempo, mas sempre passo aqui para ver como vocês estão e matar a saudade. Atividades extras me deixaram sem tempo para postar, mas tenho alguns rascunhos que estão só esperando o toque final.
E para dizer que não estou de olho em vocês, mesmo não deixando comentários, entrei hoje e estou passando para frente essa campanha que recebi indicação.




1- Explicar o que é bullying
Teoricamente existe uma explicação.
Eis em minhas palavras:
Bullying é ato de rebaixar um companheiro humilhando com brincadeirinhas, ofensas, frieza, apelidos ou comparaçõe em referência na maioria das vezes à particularidade própria da pessoa. Em alguns casos até com ameaças.
Não há um motivo justo para tal ato, quem sabe para o atacante se mostrar poderoso ou simplesmente por não gostar do jeito da vítima.

A vítima, normalmente uma pessoa tímida, se retrai, sentindo rejeição, medo, falta de confiança em si, descrença até mesmo na vida.

O problema de quem sofre com o bullying é que não conta para alguém. Sofre sozinho no seu mundo, sem achar saída para seus medos. E, como com qualquer problema, quanto mais se pensa, mais aumenta os sentimentos negativos, chegando a sair um pouco da realidade.
Essa semana mesmo no jornal japones apareceu um caso em que a vitima se suicidou, oque acontece frequentemente aqui, e deixou uma carta contando tudo até citando nomes.

2. Contar se você já passou por isso ou não. Se sim (e você estiver a vontade) conte sua historia. Caso contrário expresse sua opinião sobre o assunto

Caso 1
Lembro de minha infancia na fase escolar primária em que me chamavam de japonesa. Por eu ser descendente, tenho características de oriental. Não é nada ofensivo, mas não achava certo. Eu dizia: nasci no Brasil, então sou brasileira! brava. rs. Mas odiava que me chamassem assim. Ficava remoendo o ódio que sentia.
Sem contar inumeras piadinhas que ouvia, principalmente que comia coisas bizarras, como cobra.(Hoje imagino que isso se deva ao unagi )
A hora do recreio vira  e mexe aparecia alguém cantando alguma musiquinha ironica ou falando esses tipos de coisas de japones.

Sorte que eu tinha amiguinhas, e mesmo com raiva danada desses moleques, depois saia para brincar e aproveitar o recreio.

Caso 2
Meu filho entrou na fase da pré-adolescência.
Difícil transição, pois eu mesma ainda o considero criança, me pegando de surpresa quando ele vem com assuntos de 'gente grande'.Ele é "mestiço" (como dizem no Brasil), pois meu marido é loiro de olhos verdes, e eu, descendente de japoneses. Sem contar sua altura, puxou o pai. Por aí dá para imaginar como meus filhos são.
Ultimamente ele tem se sentido diferente, mesmo falando só a língua japonesa, sabe que suas características físicas revelam sua ascendencia.
Passou por uma fase difícil por seus coleguinhas o isolarem ou o ignorarem, sem saber onde era o seu lugar.
Com isso vieram dores de cabeça sem motivo aparente (doença) somado a faltas na escola. Perdeu a vontade de ir para a escola totalmente. Depois de um tempo ele se abriu e descobrimos oque ele estava passando.
A escola preocupou-se com as faltas, e a professora ligava todos os dias, vinha em casa, conversava com ele. Depois dele desabafar com o pai, ficou mais facil para ele falar para a professora. E com isso se sentiu mais confortado (não totalmente pois a fase ainda não terminou ), e estamos sempre de olho nele.
Mesmo falando para ele que ele está um rapaz bonito, ele não se acha. A professora diz que os outros meninos tem inveja, porisso fazem o que fazem.
Para os orientadores da escola, isso pode ser um reconhecimento de IDENTIDADE, pois não está conseguindo assimilar  "brasileiro com coração japones".
Para mim, essa é a fase de identificação, independente de nacionalidade, onde ele terá que descobrir o próprio valor, a fase de estar entre ser criança e adulto, típico da adolescencia.

3. Divulgar o link do blog que deu início a circulação do selo
      Quem deu início:      Blog Efeito Menina
     Quem me indicou: :  Blog JUST A RIDE


4-Indicar mais 6 blogs que você acha que vão aderir a esta campanha.
Pediria para que todos dessem sua colaboração, independente de seguir essa campanha ou não, pois toda forma de alerta é bem vinda. Mas indico aqui quem acho que poderá aderir.


1- Tequila com bobagem
2- Tucano in City
3- Compartilhando idéias com uma mulher de 30 e pouco...
4- Casa da Satie
5- Chá das Cinco
6- Lost in Japan


Minhas palavras

* A pessoa que sofre Bullying nem sempre é criança. Um adulto também pode estar sofrendo com isso.
*   Dentro de casa também pode estar acontecendo.
*   Procure sempre observar o comportamento da criança. Dor de cabeça, dor de barriga sem diagnóstico preciso, é um grande sinal.
*   Muito cuidado ao denominar o bullying! Não é o caso de uma diferença de opiniões que a criança está sofrendo com o bullying.
E mais: os  pais devem conhecer os próprios filhos. Fico abismada com pais que acham que seus filhos são uns anjos, quando a verdade não é bem assim. Quando meus filhos vêm para contar oque um amiguinho aprontou com ele, primeiro pergunto oque foi que ele fez antes, para saber se não houve mal-entendido.
Aqui no Japão há muitos casos que chegam ao suicídio por isso. E também muitos casos em que os brasileiros que tem filhos estudando em escolas japonesas acham que seus filhos estão sofrendo o IJIME, mas mal tem tempo de dar atenção dentro de casa para eles, nem frequentam as reuniões periódicas da escola, quando, no fundo, eles estão apenas em fase de adaptação.
Esses pais agora podem ver que no Brasil também há o Bullying, que não é coisa só do Japão.

Todos nós passamos por experiencias que nos fizeram a pessoa que somos hoje. Alguns traumas nos fazem cuidar dos filhos para que não sofram oque sofremos. Mas se eles não passarem por certas experiencias, não conseguirão se dar bem na fase seguinte. Não é passando a mão na cabeça deles que eles serão grandes, pois lá fora, quando eles estiverem enfrentando o mundo, nem sempre haverá os pais por perto. Porisso, melhor que fazemos é prepará-los para enfrentar o mundo socialmente!

PS.: Seu filho pode não estar sofrendo mas pode ser o que está fazendo. Preste atenção nesse lado também!
A Campanha está aberta para todos que queiram participar!

Bjos

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Post estranho

Eis-me aqui, finalmente! rs
Perdoem-me a ausencia, mas sempre que podia, estava aqui para ver as novidades rapidinho.
Aqui estou para esclarecer o post anterior! rs.
Na verdade, não era um post!
Fiz cadastro no formspring onde fazemos perguntas, qualquer pergunta, e os amigos que estão na lista respondem.Quando fiz o cadastro da primeira vez, não consegui enviar perguntas, e acabei deixando de lado. Depois que vi que novos amigos também usavam, fui la mexer de novo e consegui fazer funcionar. Ele pode entrar em outras varias redes sociais, como facebook, twitter, blogger, etc.
Nessa de mexer, adicionei o blog. Como não conhecia muito bem, fiz duas perguntas para testar e acabou entrando no blog.
No fim, quando percebi, ja havia comentários, e achei chato retirar o post (que ficou so como título!rs).
Mas no final achei muito legal o pessoal ter dado retorno! Quem sabe, uma nova forma de interagir com os meus amigos seguidores.
Obrigada por passar aqui!
Volto com mais calma, para posts novos.

Bjos

De volta às origens!

E cá estamos, depois de 5 anos em outra plataforma, voltando para cá. Onde tudo começou, né? Apesar de nesses utlirmos 3 anos estar com um...